segunda-feira, 16 de maio de 2011

“Consumerização” da TI

Um estudo feito em 2010 pela Unysis revelou que 95% dos funcionários de uma amostra de grandes empresas globais responderam que já estavam utilizando equipamentos pessoais para trabalhar. Já uma pesquisa feita há dois anos pelo IDC, previa que a quantidade de dispositivos que as áreas de TI deveriam suportar cresceria 66% até 2012. Estes dados só confirmam as teses de que a força de trabalho está em mudança, com um perfil mais jovem, móvel, global e exigente sobre o tipo de tecnologia que querem para executar o seu trabalho.

Em mais um dia normal de trabalho, um Gerente de Projetos de uma companhia de Seguros decide trabalhar em casa pela manhã para se concentrar no desenvolvimento de um novo produto. Ele acessa, de forma segura e simples, todos os seus dados e informações que estão centralizados no Data Center da companhia. Para isso, utiliza o notebook da empresa para processar novos cálculos e gerar simulações. Ao meio-dia, porém, tem um almoço de negócios com fornecedores e leva seu smartphone para, enquanto aguarda seus convidados, responder e-mails urgentes do time de projetos. Á tarde, pega um vôo para o Rio de Janeiro para uma reunião com clientes e decide levar seu tablet pessoal por ser mais leve e prático para carregar. Como seu “desktop” está remotamente acessível pela rede, continua trabalhando no aeroporto, lê notícias dos jornais no vôo e atualiza seu calendário e tarefas durante a reunião com os potenciais compradores.

Este novo comportamento dos usuários finais de computação, que já é realidade em diversos segmentos, é o que chamamos de “Consumerização” das Tecnologias de Informação e o que o instituto de pesquisas Gartner indica como a tendência de maior impacto no ambiente corporativo de TI na próxima década. Ou seja, a explosão no número de equipamentos, ferramentas e aplicações que cada usuário utilizará para exercer suas atividades e que a área de tecnologia das empresas necessitará suportar.

Satisfazer esta nova demanda para que a empresa consiga atrair e manter talentos se tornou um desafio para os administradores de TI. Como entregar toda a experiência de computação atual de forma remota e flexível ao usuário para que ele possa acessá-la de qualquer equipamento, sem comprometer o desempenho e a conformidade com políticas de segurança?

A resposta para o curto prazo tem sido encontrada na virtualização de desktops. Ao criar e manter o perfil do usuário de forma centralizada no Data Center da companhia, o departamento de tecnologia oferece sistema operacional, arquivos e aplicações aos funcionários de diversas formas, independentemente do local onde estiver e do equipamento utilizado simplificando o trabalho de atualizações e mantendo sob vigilância as políticas de segurança.

Virtualização não é um tema novo, porém só agora a indústria encontrou um ambiente mais propício para implementá-la sem as objeções criadas por limitações técnicas e frustrações de projetos do passado. Os principais motivos residem nos aspectos técnicos e do próprio usuário. O primeiro refere-se às atuais infraestruturas públicas e privadas de rede, que resolveram antigos gargalos de ofertas e demandas por banda. Diferentes regiões e países encontram-se em estágios distintos de evolução neste quesito, mas a tendência é que todos caminhem para uma realidade satisfatória. Com isso, preserva-se o fator produtividade do usuário para que o mesmo migre da experiência do processamento local do seu PC para uma virtual e remota de forma imperceptível. O segundo remete à demanda da atual força de trabalho por um ambiente mais flexível e um acesso a tudo a qualquer hora e de qualquer equipamento, o que exige, por si só, um novo modelo de computação.

No mundo todo, os projetos de virtualização de desktops ainda são incipientes, porém já fazem parte da agenda da maioria. Um levantamento feito em 2010 pela empresa de pesquisas em tecnologias da informação, Forrester Research, identificou que 75% das principais empresas globais mantém este tipo de solução em seus planos de investimentos. Com isso, a indústria terá cada vez mais referências neste tipo de implantação. Os fornecedores que conseguirem oferecer um portifólio de soluções mais flexível, aberto e integrado, conquistarão a confiança das empresas, passarão por uma curva de experiência mais rapidamente que outras e, consequentemente, fincarão bandeira neste território. 

Fonte:[Carlos Rabello, Mestre em Engenharia de Produção e Gerente de Produto da Dell.]

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